Se você alguma vez utilizou serviços como Waze, Wikipedia e Airbnb, já conhece o crowdsourcing, sabia? O conceito está relacionado ao uso da chamada “sabedoria das multidões” para resolver problemas, além de aperfeiçoar produtos e serviços.
Ainda que o termo seja relativamente novo, a ideia é mais antiga do que imaginamos. Campanhas de empresas para o desenvolvimento de novos sabores para produtos alimentícios já aconteciam décadas atrás no Brasil.
Agora, com a popularização da internet, é cada vez mais fácil e barato para as marcas criarem ações de crowdsourcing. A seguir, você confere detalhes sobre o assunto:
- Crowdsourcing: o que é?
- “Bem-vindo à era da multidão”: a origem do conceito de crowdsourcing
- Para que serve o crowdsourcing?
- Crowdsourcing: como funciona?
- Quais os principais benefícios do crowdsourcing?
- Desvantagens do crowdsourcing
- Por que está crescendo tanto?
- Crowdsourcing x terceirização de talentos — quais são as diferenças?
- Como ter talentos na sua empresa com a Crowd
Ao fim desta leitura, esperamos que você esteja mais consciente sobre o tema e possa ter bons insights para o seu negócio. Acompanhe!:
Crowdsourcing: o que é?
Crowdsourcing é o esforço de vários voluntários para a solução de um problema, além da criação ou aperfeiçoamento de um produto/serviço.
Com ele, uma organização coleta informações de pessoas que conhecem bastante o assunto, mas que não estão oferecendo a sua contribuição profissionalmente.
Então, podemos dizer que o conceito está relacionado ao empenho de indivíduos de forma gratuita ou a baixo custo para empresa, com investimentos geralmente inferiores à contratação de um profissional especializado.
Assim, o crowdsourcing é formado pela sabedoria das multidões – isto é, pelo conhecimento de milhares ou até milhões de pessoas com prática e vivência em determinado assunto, mas que não necessariamente trabalham com o tema.
De um modo bem simplista, imagine que um engenheiro precisa fazer um projeto urbano. Então, ele se reúne com a associação local de moradores e de empresários para entender o que eles consideram uma boa solução para a região.
Ainda que essas pessoas não tenham conhecimento técnico em engenharia, elas certamente sabem quais as necessidades do lugar. Portanto, podem ter boas ideias a oferecer ao profissional, não é verdade?
O crowdsourcing pode ser realizado no ambiente físico; entretanto, a praticidade da internet colabora para que ele seja implantado com mais amplitude e facilidade pela web.
“Bem-vindo à era da multidão”: a origem do conceito de crowdsourcing
O termo crowdsourcing foi publicado pela primeira vez no artigo “The Rise of Crowdsourcing”, de Jeff Howe e Mark Robinson, editores da Revista Wired.
Para eles: “Os avanços tecnológicos em tudo, desde software de design de produtos até câmeras de vídeo digitais, estão quebrando as barreiras de custo que antes separavam amadores de profissionais”.
Nesse sentido, amadores e até mesmo curiosos sobre determinado assunto “de repente têm um mercado para seus esforços”. Isso acontece porque empresas estão descobrindo maneiras de explorar o talento das multidões, ainda segundo os editores.
Howe e Robinson definem: “A mão de obra nem sempre é gratuita, mas custa muito menos do que pagar os funcionários tradicionais. Não é terceirização; é crowdsourcing”.
Reunindo os termos “crowd” (multidão) e “outsourcing” (terceirização), surgiu o crowdsourcing.
Dessa forma, o conceito é uma maneira de usar o conhecimento desenvolvido pelas multidões em benefício de uma solução, produto ou serviço.
Então, Jeff Howe e Mark Robinson nos fazem um convite: “bem-vindos à era da multidão”.
Para que serve o crowdsourcing?
Já imaginou ter centenas, milhares e, até mesmo, milhões de pessoas pensando na solução para determinado problema? Isso é possível graças ao crowdsourcing.
A sua principal função é o encontro de respostas a questões que até mesmo os especialistas, de modo isolado, ainda não conseguiram alcançar.
A sabedoria das multidões, formada pela prática e experiência, é capaz de gerar insights poderosos para as organizações. Então, produtos e serviços podem ser aprimorados, oferecendo uma melhor experiência ao usuário.
Além disso, o crowdsourcing gera um conhecimento que empresa alguma conseguiria criar, devido a suas próprias limitações de pessoal, orçamentárias e de espaço.
Serviços como a Wikipedia, por exemplo, só são possíveis graças ao esforço das multidões – que criam e editam milhões de artigos todos os dias na plataforma.
De acordo com a própria Wikipedia, já foram criados mais de 14 milhões de artigos em centenas de línguas e dialetos. O número é bem maior do que o produzido por publicações físicas clássicas, como a Encyclopædia Britannica.
Ainda segundo a plataforma, a Encyclopædia Britannica tem mais de 65 mil artigos na versão em inglês – o que representa menos de 0,5% do volume de artigos da Wikipedia.
Então, o crowdsourcing serve para gerar soluções criativas e úteis para problemas, aprimorar ofertas e proporcionar um grande número de informações ao mercado e aos usuários.
Crowdsourcing: como funciona?
O processo de resolução conjunta pode se alterar de empresa para empresa. Mas, basicamente, ele funciona desta forma:
- identificação do problema, demanda ou necessidade;
- reunião de potenciais colaboradores para a resolução;
- levantamento de soluções;
- testes;
- implementação das soluções encontradas.
A Natura, empresa brasileira de cosméticos, tem um programa de crowdsourcing chamado “Cocria”. Ele é segmentado em 5 etapas:
- identificação do desafio pela Natura;
- conexão: a empresa convida pessoas interessadas a colaborarem com o projeto – a Natura já tem uma base de cadastros e pode chamar mais voluntários;
- cocriação OnLife: são realizados encontros online e presenciais para a discussão de conceitos, ideias e propostas ao desafio previamente levantado;
- interação: acontece a cocriação com participação da Natura e dos voluntários, fornecendo inspiração para as áreas internas do processo de inovação da empresa;
- reconhecimento: os participantes ganham pontos e são reconhecidos pela sua colaboração.
O processo de crowdsourcing da Natura conta com gamificação – ou seja, usa a estrutura de jogos a fim de cativar os participantes. Então, eles vão acumulando pontos e podem ser premiados pela colaboração.
Quando o público é responsável pela maior parte da produção de conteúdo – como no Google Maps, Wikiloc e Waze –, é importante que a plataforma estabeleça regras e diretrizes claras.
Então, as pessoas deverão seguir as normas durante a sua criação a fim de manter a qualidade dos materiais produzidos.
No Google Maps, os usuários podem adicionar novos locais, como restaurantes e escolas. Além disso, eles têm a possibilidade de avaliar os lugares, dando notas, fazendo comentários, adicionando fotos e vídeos, entre outros recursos.
Membros do Google Maps também podem fazer perguntas e fornecer respostas a outros participantes.
É possível, ainda, sugerir edições às informações prestadas, indicar que “gosta” da avaliação, além de sinalizar e denunciar comentários inadequados, mantendo a qualidade do Google Maps.
Quais os principais benefícios do crowdsourcing?
Estamos vivenciando a transformação digital, em que tudo é mais veloz e conectado, especialmente devido aos avanços tecnológicos.
Então, as pessoas estão exigindo cada vez mais rapidez e praticidade na sua jornada de compra. Além disso, elas também esperam que as organizações sejam capazes de entregar soluções mais completas.
Nesse sentido, o crowdsourcing se mostra como uma excelente solução para marcas que querem fazer entregas mais velozes e com qualidade, atendendo às exigências de um público ansioso
Então, podemos dizer que os principais benefícios do uso da sabedoria das multidões são:
- velocidade no encontro de soluções para problemas complexos;
- economia de tempo e de dinheiro para a resolução das questões;
- diversidade de soluções;
- reunião de comunidades variadas e com conhecimento sobre o tema;
- aproximação da empresa com o seu público – que se sente ouvido por ela e tende a ser mais fidelizado.
Desvantagens do crowdsourcing
Contudo, também é preciso estar atento a alguns pontos do crowdsourcing. O resultado do trabalho pode ser bastante disperso e impreciso; então, algum especialista da empresa deve filtrar e validar as informações recebidas.
Além disso, há pouca ou nenhuma confidencialidade na cocriação. Por isso, projetos de maior sensibilidade ao negócio precisam de desenvolvimento mais discreto.
Por que está crescendo tanto?
Sem sombra de dúvidas, a web é um grande facilitador do crowdsourcing. Agora, basta uma conexão com a internet para que qualquer pessoa, de qualquer lugar do mundo, dê a sua contribuição para organizações e serviços.
Então, os avanços tecnológicos colaboram para que mais indivíduos deem a sua ajuda para a resolução de problemas e criação de novas soluções. Com poucos cliques, toques ou comandos por voz é possível fazer parte de um projeto de crowdsourcing.
Além disso, os usuários já perceberam o valor da contribuição coletiva. Era mais difícil encontrar informações desejadas quando a base de plataformas como Waze ainda era restrita.
Entretanto, com o aumento do número de dados e opiniões publicadas, é mais fácil valorizar os serviços de crowdsourcing, usar seus recursos, fazer contribuições e utilizar os recursos com mais confiança.
Dessa maneira, o crowdsourcing vem se expandindo com as inovações tecnológicas e com o reconhecimento de novas pessoas.
Crowdsourcing x terceirização de talentos – quais são as diferenças?
Em inglês, a palavra que descreve a terceirização é “outsourcing”; logo, existe grande confusão com os dois conceitos.
No começo deste conteúdo, citamos os editores Jeff Howe e Mark Robinson, certo? Vamos retomar um trecho importante do artigo, em sua língua original:
“It’s not outsourcing; it’s crowdsourcing”, ou seja: “não é terceirização; é crowdsourcing”.
Ainda que existam semelhanças entre os dois conceitos, é preciso entender que eles tratam de assuntos diferentes.
No crowdsourcing, como vimos, pessoas se voluntariam para fazer parte da resolução de um problema complexo. Elas podem ser bonificadas ou premiadas com um valor monetário; mas, no geral, a sua participação é de baixo custo ou gratuita.
A terceirização de talentos, por outro lado, envolve a contratação remunerada de profissionais para determinada tarefa ou função. No Brasil, essa é uma modalidade de trabalho amparada pela Lei Nº 13.429, de 2017.
Então, uma organização que queira terceirizar alguma atividade organizacional deve contratar um fornecedor de serviços. Assim, o seu relacionamento com ele passa a ser entre duas empresas.
Como você conferiu, o crowdsourcing é marcado pelo uso da sabedoria das multidões; então, várias pessoas contribuem para resolver a questão levantada.
A contratação no outsourcing (terceirização), por sua vez, pode ser de um único profissional ou de uma equipe, segundo as demandas organizacionais.
O crowdsourcing é, em tradução literal, a terceirização para as multidões. Entretanto, esse é um processo que conta com a colaboração voluntária de amadores e outros interessados no assunto, sem que haja vínculo profissional entre eles e a empresa.
Na terceirização, a organização contrata formalmente a mão de obra de um profissional mediante contrato e pagamento pelos serviços prestados.
Crowdsourcing e outsourcing são diferentes, mas não excludentes. Então, é possível aprimorar o negócio com a utilização de ambos os conceitos.
Como ter talentos na sua empresa com a Crowd
Até aqui, você pôde conhecer conceito, serventia, benefícios e outras características do crowdsourcing. Esse é um processo que depende da colaboração de pessoas interessadas no assunto para a resolução de desafios.
Entretanto, você também conferiu que nem sempre o resultado é preciso ou suficiente para as demandas organizacionais. Ainda que seja uma opção interessante para gerar economia de tempo e dinheiro, o crowdsourcing pode não atender por completo às necessidades do negócio.
Por isso, a terceirização se apresenta como uma excelente alternativa para encontrar, contratar e reter talentos para a organização.
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