Precificar serviços pode ser um desafio para muitos profissionais freelancer, especialmente os que estão em início de carreira e ainda não fizeram muitos jobs.
Como resistir à tentação de cobrar valores muito abaixo do mercado para ter mais chances de conseguir o trabalho? Como ter tempo para fazer tarefas o suficiente para garantir uma renda bacana no final do mês?
A resposta para tudo isso é: sabendo como estabelecer um valor pelo seu trabalho.
Existem muitas formas de fazer essa precificação, como por hora trabalhada, por projeto entregue ou por serviço “produtizado”. Hoje o foco será no preço por hora trabalhada.
Reunimos neste artigo um compilado de informações sobre como precificar serviços freelancer por hora trabalhada e garantir uma remuneração justa por aquilo que você entrega. Continue conosco e confira!
O que eu preciso saber sobre a precificação por hora?
A precificação por hora ocorre quando o freelancer estipula um valor por hora trabalhada. Sendo assim, o valor final do serviço será o total correspondente à quantidade de horas que ele levou para concluir a tarefa.
Saber cobrar pelo próprio trabalho é fundamental não só para o freelancer, mas também para todo o mercado no qual ele está inserido.
É muito comum que profissionais cobrem valores muito baixos para conseguir jobs com mais frequência. Contudo, isso aumenta o volume de trabalho necessário para atingir as metas pessoais e, infelizmente, colabora na desvalorização da profissão.
Isso acontece porque os clientes, aos poucos, adotam esses valores como padrão e estão dispostos a pagar cada vez menos pelos serviços que solicitam.
Para evitar esse tipo de problema, confira agora tudo o que você precisa saber sobre a precificação por hora e como gerir adequadamente a sua própria precificação.
Para quem é indicada
A precificação por hora é indicada principalmente para quem acabou de entrar no mercado freelancer e ainda não sabe bem como precificar os seus serviços.
Ao estipular um preço pelo tempo trabalhado, fica mais fácil definir o valor de cada trabalho e também ajuda com a organização das metas, pois quanto mais o freelancer trabalhar, mais receberá.
Como calcular o seu valor hora
Essa é uma tarefa que depende de uma série de fatores. Um deles é a expertise do freelancer.
Quanto mais experiente o profissional for, mais deve cobrar pela sua hora. Imagine a seguinte situação: um profissional designer de nível pleno cobra R$ 80 pela sua hora de trabalho. Um freela da mesma área, porém iniciante (júnior), toma esse valor como base e decide cobrar o mesmo.
O problema é que o primeiro freelancer (pleno), por sua senioridade, levará menos tempo para executar a tarefa do que o segundo (júnior), que ainda não tem uma bagagem tão extensa de experiência e encarecerá demais o seu serviço para o cliente.
Entender bem o próprio nível de experiência (sênior, pleno ou júnior) é, portanto, o primeiro passo para saber qual o valor da sua hora. Com essa informação em mãos, a etapa seguinte é descobrir quanto o mercado formal paga para profissionais do seu nível.
Isso é importante para ter um ponto de partida. É um dado que pode ser obtido conversando com outros profissionais da área ou mesmo em sites especializados na internet. Para um redator júnior, por exemplo, a média salarial de acordo com o Glassdoor é de R$ 2.947.
Ao dividir esse valor pela quantidade de horas comerciais trabalhadas no mês, ou seja, 160, é possível concluir que o valor hora desse profissional é R$ 18,42.
Mas você deve ter notado que mencionamos que esse cálculo é apenas o ponto de partida. Um profissional CLT é assistido em uma série de aspectos pela empresa para a qual trabalha, como vale-transporte, vale-alimentação/refeição, equipamentos, etc.
O profissional freelancer, por ser um prestador de serviço com seu CNPJ, não tem esse tipo de assistência, por isso precisa incluir também os custos por trás de todo o processo.
Esses custos envolvem internet, materiais de escritório, equipamentos de trabalho, energia elétrica, alimentação, deslocamento quando necessário e o que mais julgar fazer parte do seu processo produtivo.
É fundamental considerar a complexidade da tarefa. Se um desenvolvedor front-end tem mais dificuldade para elaborar um software do que um aplicativo, logo o preço do primeiro trabalho será mais elevado, até porque ele precisará de mais horas para concluí-lo.
Com tudo isso em mente, o último passo é definir o lucro desejado. Se, com base em todos os fatores citados acima, você descobriu que o seu valor hora é de R$ 18,42, seus ganhos no final do mês, considerando as 160 horas comerciais, serão de R$ 2.947.
Mas se os seus custos giram em torno de R$ 2.000 e você deseja ter um lucro de R$ 1.500, seus ganhos devem ser de R$ 3.500. Portanto, o valor-hora deve ser de R$ 21,87 (3.500 ÷ 160).
Mais importante do que tudo isso é entender o valor agregado ao serviço que você presta. Quanto mais conhecimentos e experiência com trabalhos anteriores o profissional tem, mais qualificado ele é para realizar um entregável com qualidades que o cliente não conseguiria encontrar em outros lugares.
Ao perceber o valor do seu trabalho, muito provavelmente esse cliente enxergará custo-benefício e entenderá por que vale tanto a pena pagar o seu preço.
Veja também: Freelancer que paga bem: como demonstrar expertise para conseguir jobs remotos o ano inteiro
O próximo passo na sua precificação
Assim como a vida pessoal, a carreira profissional também passa por fases. Se no contexto empresarial, quanto mais qualificado é o colaborador, mais elevado é o seu cargo e maior a sua remuneração. Para o freelancer, a lógica é semelhante.
Conforme você ganha experiência e se especializa no serviço que presta, é fundamental aumentar o valor do seu trabalho proporcionalmente. E, nesse caso, pode ser que a cobrança por hora comece a trazer limitações.
Isso porque, como você já sabe, a tendência é que quanto mais experiente o freelancer for, mais jobs ele terá para fazer. Mas quanto mais jobs, menos tempo disponível. E encarecer demais o valor da hora trabalhada para acompanhar esse avanço pode assustar os seus clientes.
A Lu Costa, do blog Vivendo de Freela, passou por uma experiência assim. Confira o relato dela:
Portanto, é importante, com o tempo, diversificar o tipo de cobrança e explorar outras opções que possam fazer sentido para o serviço que você oferece e, ao mesmo tempo, sejam justas também para o seu cliente.
Para alguns serviços, contudo, como os da área de tecnologia, a cobrança por hora costuma ser padrão. Nesses casos, o ideal é sim aumentar o valor da hora conforme o nível de senioridade.
Mas lembre-se: ninguém melhor do que você conhece o valor atrelado ao seu trabalho. Por isso, assim como a Lu Costa, não deixe que críticas quanto aos preços que você cobra pelos seus serviços te induzam a reduzir esses valores para agradar os seus clientes. No final do mês, apenas você será responsável por arcar com as suas despesas.
Eu cobro por hora e nunca aumentei meu preço. E agora? Como aumentar minha precificação?
Você se encontra nesta situação? Veja o que fazer:
Mudança de mentalidade (de freelancer para empreendedor)
A partir do momento em que alguém decide viver de freela, precisa estar ciente de que não é mais apenas um profissional, e sim um empreendedor. E um empreendedor, via de regra, é dono de uma empresa — ainda que de uma pessoa só.
Uma empresa, além de lidar com a entrega dos seus produtos ou serviços aos clientes, precisa lidar com toda a parte administrativa que a mantém ativa.
Logo, o tempo disponível e a carga de trabalho precisam ser divididos entre todas essas tarefas, não somente no ato de executar o trabalho em si.
Como administrar esses serviços extras e ainda dar conta dos jobs em um período diário saudável de trabalho sem perder lucros no processo? Deu para perceber que a conta não bate, não é mesmo?
Por isso, a precificação do freelancer deve acompanhar essa mentalidade empreendedora. Assim, é possível manter a renda e a produtividade estáveis e ainda garantir que tudo permaneça em ordem.
Revisão dos seus valores por hora e definição dos novos valores
Percebeu que de uns tempos para cá o que você recebe no final do mês está gerando cada vez menos lucros? É a hora de revisar os valores cobrados.
Na sua hora de trabalho devem estar inclusos todos os gastos envolvidos no processo produtivo, mas existem alguns gastos implícitos que nem sempre são lembrados nesse momento.
Você criou um portfólio on-line e está pagando a hospedagem deste site na web? É MEI e paga o Simples Nacional? Assina algum software para realizar o seu trabalho? Inclua tudo isso na sua precificação.
Comunicar com antecedência
Ninguém gosta de descobrir que um produto ou serviço consumido com frequência de repente aumentou de preço sem aviso prévio, certo?
Por isso, ao decidir aumentar o seu preço por hora, avise os seus clientes com antecedência. Além disso, se possível procure estabelecer uma data para o início da vigência dos novos valores.
Branding & Packaging
Uma marca, para ser lembrada, precisa transmitir valores e qualidades que conquistem o seu público. Para o profissional freelancer, que também é uma empresa, não deve ser diferente.
Portanto, invista na sua imagem! Se você tem um site ou portfólio, mantenha-o atualizado. Se tem perfis em plataformas para freelancers, dedique tempo para melhorar as suas qualificações e mantenha seu perfil completo e atualizado.
Tudo isso influencia a forma como o cliente te enxerga, e ajuda a fazê-lo perceber tudo o que existe por trás do profissional que ele vê diante da webcam. Ao demonstrar profissionalismo, o valor agregado ao seu trabalho aumenta, e o preço que você cobra por ele também.
Serviços produtizados
Percebeu que está sempre realizando os mesmos tipos de serviços? Por que, então, não produtizá-los? A produtização, tal qual a palavra sugere, implica em transformar um serviço em produto. Mas qual a vantagem disso?
Quando um serviço é produtizado, o tempo para executá-lo é reduzido significativamente. Se um editor de vídeo é sempre contratado para editar vídeo depoimentos, por que não já ter um processo onde todos os arquivos e atividades estão templatizados? Isso ajuda o profissional a iniciar e executar o job mais rapidamente.
Assim, é possível aumentar os lucros e usar o tempo economizado nessa tarefa para executar as atividades administrativas da sua empresa ou mesmo para pegar mais jobs.
Assista ao vídeo abaixo para entender melhor o que produtizar um serviço significa:
Se precisar, ative tradução automática da legenda. =)
Tempo é dinheiro! Para profissionais freelancers, essa máxima não poderia ser mais verdadeira. Entender como estipular um preço por hora freelancer é a chave para conseguir receber valores justos pelos seus serviços e alcançar o objetivo de viver de freela com mais facilidade.
Hoje você descobriu todos os fatores que envolvem a definição do preço da sua hora de trabalho, como chegar a um valor rentável e como realizar a manutenção desse valor de maneira adequada.
E ainda mais importante: percebeu que quem conhece o valor por trás desse preço é você. Por isso, não tenha receio de apresentar o seu preço para os clientes.
Assim, você não só garante uma renda justa como também ajuda a valorizar o mercado, contribuindo para que cada vez mais freelancers como você deixem de cobrar valores baixos por seus serviços.
Gostou do que viu por aqui hoje? Então que tal começar a colocar em prática? A Crowd é uma plataforma para freelancers remotos das áreas de marketing, comunicação e tecnologia que valoriza e reconhece o seu esforço profissional.
Por isso, ela te conecta a clientes que também reconhecem esses valores, proporcionando oportunidades não apenas de ganhos mais elevados, mas também de crescimento profissional.
E o melhor de tudo isso: a Crowd intermedia toda a parte burocrática do processo, por isso pode ficar tranquilo. Além de receber remunerações justas, você será pago sempre em dia. Uma mão na roda para organizar as finanças, não é mesmo?
Agora falta pouco para você continuar a crescer profissionalmente. Cadastre-se gratuitamente na plataforma Crowd e fique mais perto de novas oportunidades!
